terça-feira, 17 de maio de 2011

Vacinação é a única forma de combater o sarampo

SES alerta: embora seja mais comum na infância, o sarampo também é um risco para os adultos que não foram vacinados
Há mais de 10 anos não há confirmação de casos de sarampo em Minas Gerais. Os últimos casos confirmados da doença ocorreram em 1999 (nove casos). No Brasil, a última confirmação de sarampo autóctone (origem e transmissão dentro do próprio território) foi em 2000. Todos os outros casos registrados após este ano são importados.
Mas, infelizmente, essa realidade pode mudar. Nos últimos dois anos foram confirmados 75 casos da doença distribuídos em seis estados brasileiros (Pará, Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul), o que pode ocasionar novos casos em território mineiro. Além disso, ocorreram casos de sarampo no Canadá, Estados Unidos, Argentina e Chile – em todos esses países a circulação endêmica da doença já havia sido interrompida desde 2002.
De acordo com dados da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica de Doenças e Agravos Transmissíveis (CDAT), somente em 2011, já foram notificados 17 casos suspeitos de sarampo em Minas, todos descartados por exames laboratoriais, sendo que a maioria dos casos ocorreu em indivíduos não vacinados, pertencentes às faixas etárias que deveriam ter sido contempladas com a vacina.
Em Minas Gerais, oito regionais de saúde (Alfenas, Diamantina, Leopoldina, Manhumirim, Teófilo Otoni, Uberlândia, Unaí e Varginha) não alcançaram a meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê que a cobertura vacinal em crianças com 12 meses de idade deve ser igual ou maior que 95%, dado que muito preocupa o Governo Mineiro.
A vacina disponível é a Tríplice Viral, que imuniza contra Sarampo, Caxumba e Rubéola e é a única forma de evitar que a doença se alastre. Em 2010, foram aplicadas cerca de 250 milhões de doses da vacina em crianças de um ano de idade. Para 2011, a estimativa é que 261.112 milhões de crianças recebam a vacina.

Segundo a técnica estadual de Doenças Exantemáticas, Andréia Oliveira dos Santos, uma pessoa não imunizada contra o Sarampo é uma porta aberta para a entrada do vírus no país e no estado. “O sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode levar à morte. Qualquer pessoa que não estiver imunizada corre o risco de pegar a doença. E num momento em que o Brasil busca a eliminação do Sarampo, a única forma de se evitar que isso aconteça é com a vacina, aplicada gratuitamente, em todos os postos de saúde, de segunda a sexta-feira, em qualquer época do ano”, afirma.
Toda criança de um ano de idade deve ser vacinada contra o Sarampo, sendo que uma segunda dose deve ser aplicada entre quatro e seis anos. Homens de até 39 anos e mulheres de até 49, que não foram vacinados podem receber uma dose da vacina.  Qualquer pessoa que for viajar para regiões endêmicas, e que não estiver com o cartão de vacinas em dia, deve se vacinar pelo menos duas semanas antes da partida. “É muito importante saber que mulheres grávidas ou que não estejam evitando a gravidez não devem ser vacinadas. Pacientes com leucemia, linfomas, AIDS e outros problemas que afetem a imunidade precisam ser avaliados individualmente”, explica a técnica estadual de Doenças Exantemáticas, Andréia Oliveira.
O Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, provocada pelo Morbili vírus e transmitida por secreções das vias respiratórias, podendo ser transmitida diretamente de uma pessoa à outra através de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O contágio pode acontecer, também, por dispersão de gotículas no ar, em ambientes fechados como escolas, creches e ônibus.

Apesar de ser considerada uma doença da infância, o sarampo pode ocorrer em todas as faixas etárias e levar a complicações graves, como infecções respiratórias, otite (infecção no ouvido), pneumonia, encefalite (inflamação aguda do cérebro) e meningite.
Febre, exantema (erupção avermelhada na pele), tosse, coriza e conjuntivite são sinais indicativos do sarampo. Caso apresente sinais da doença, o indivíduo deve procurar o serviço médico o mais rápido possível. Deve também evitar transitar em locais públicos e entrar em contato com pessoas não vacinadas ou com imunodepressão. “Toda pessoa, independente da idade, que apresentar febre e erupções na pele, acompanhadas de tosse, coriza ou conjuntivite é considerada como um caso suspeito de Sarampo e deve procurar atendimento médico”, aconselha a técnica Andréia dos Santos.
Cuidados gerais contra doenças de transmissão respiratória
* Higiene das mãos com água e sabão (depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos, boca e nariz);
* Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
* Usar lenço de papel descartável;
* Proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de gotículas;
* Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença (até sete a cinco dias após o início dos sintomas);
* Evitar aglomerações e ambientes fechados (devem-se manter os ambientes ventilados).
Na detecção de casos suspeitos, as Secretarias Municipais devem:
* Notificar à Secretaria de Estado da Saúde, em até 24h;

* Garantir coleta de material clínico para a realização do diagnóstico laboratorial;

* Adotar as medidas de controle (bloqueio vacinal seletivo frente aos casos suspeitos e sua ampliação na presença de sorologia reagente);

* Reforçar o monitoramento da cobertura vacinal, a vacinação de rotina, a busca de faltosos e a vacinação de bloqueio;

* Alertar os viajantes sobre a necessidade de manterem suas vacinas atualizadas antes de viajar (preferencialmente 15 dias antes da viagem);

* Reforçar a vacinação de profissionais que atuam no setor de turismo (motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurantes e outros que mantenham contato com viajantes);

* Fortalecer a vacinação dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas e outros);

* Fortalecer a vacinação dos profissionais da educação;

* Orientar ao viajante que retorna: se apresentar febre e exantema evitar o contato com outras pessoas até que possa ser avaliado por um profissional da saúde e procurar imediatamente serviço médico, informando o trajeto de sua viagem.

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