“Um dos mo motivos é que o Sistema de Saúde da cidade pode
entrar em colapso em junho deste ano”.
Os deputados Betão Cupollilo ( Estadual ) e Margarida
Salomão ( Federal ) , protocolaram terça-feira , 12/5/20, uma representação
junto ao Ministério Público de Minas Gerais requerendo ampliação dos leitos
clínicos e de UTI´s para essa região na tentativa de se evitar o colapso do
sistema de saúde regional, previsto para junho deste ano.
Betão disse que “Juiz
de Fora tem o pior cenário da pandemia em Minas Gerais com 21 mortes por Covid-19
e também o maior indicador de contaminação entre os 20 principais municípios do
Estado. Mesmo diante desse cenário, até o momento, os governos estadual e
federal não se alertaram quanto perigo da situação, tendo em vista a
proximidade do município com outros estados”.
SISTEMA DO
RIO DE JANEIRO JÁ ENTROU EM COLAPSO
Margarida Salomão alerta que “No Rio de Janeiro, o sistema já
entrou em colapso e as pessoas estão vindo para cá buscando atendimento. Há um risco real de ficarmos como Rio de
Janeiro. Já temos 80% de ocupação dos leitos. E comparando à Belo Horizonte,
nossa situação é duas vezes mais grave, segundo o último levantamento publicado.
É a mais grave do estado!.”
“É preciso que o Governador olhe para cá. Não podemos aceitar que o
Governador cruze os braços”, ressalta Margarida Salomão, citando as
taxas de incidência: “ Em BH, são 38,45 casos de Covid para cada
100 mil habitantes enquanto em Juiz de Fora, são 57,31 a cada 100 mil pessoas;
nas mortes, na capital, 1,04 morre a cada 100 mil em Belo Horizonte em função
do covid, já em Juiz de Fora são 2.46 mortes a cada 100 mil pessoas”.
JUIZ DE FORA PRECISA DE 304 LEITOS
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da
deputada federal, Juiz de Fora precisa de 304 leitos de UTI do Sistema de Único
de Saúde para o combate à covid-19, mas até o momento conta apenas com 134, os
quais não são exclusivos para atendimento dos casos de coronavírus. Essa
previsão foi elaborada pelo município de Juiz de Fora em parceria com a
Universidade Federal (UFJF). É a quarta
cidade mais populosa de Minas Gerais e a segunda colocada no ranking de casos
da covid-19, respondendo por 10% dos casos do Estado e por 15% das mortes pela
doença. O próprio Estado de Minas Gerais reconhece a necessidade de ampliação
dos leitos. No dia 1º de abril apresentou um Plano Operativo de Contingência da
Macrorregional Sudeste, na qual Juiz de Fora atua como cidade-sede congregando
outros 94 municípios. Nesse plano, o Estado prevê a necessidade de 229 leitos
clínicos e 92 de UTI exclusivos para atendimento da Covid-19. Hoje, a cidade
possui 28 leitos exclusivos para o combate à Covid-19. A proximidade com o Rio
de Janeiro, estado com alto índice de contaminação impacta ainda mais o
sistema.
Passados mais de 40 dias da constatação por parte do Estado
de Minas Gerais, até o momento, a cidade não experimentou ampliação
considerável de leitos clínicos e de UTI, nem ampliação significante de
recursos humanos, equipamentos médico-hospitalares e EPI´s, a fim de atender ao
desafio da pandemia. “O perigo é iminente. A previsão de ampliação dos leitos feita pela
prefeitura e pela UFJF é 100% maior do que àquela assumida pelo Estado de Minas
Gerais, sendo que a meta do Estado ainda não foi sequer inicializada. Não
podemos esperar mais”, enfatiza Betão.
A Assessoria de Comunicação da parlamentar Margaria Salomão,
informa ainda que em coletiva realizada no dia 29 de abril, o governador do
Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou R$ 645 milhões em investimentos
para o combate à covid-19 em Minas Gerais. Tal recurso foi destinado à
construção de um hospital regional em Governador Valadares, além de conclusão
de unidades em outras quatro cidades de Minas, sendo que Juiz de Fora novamente
de fora da lista de entes federativos beneficiados. No dia 06 de maio, em
entrevista à Rádio CBN de Juiz de Fora, o Secretário de Estado de Saúde
(SES/MG), Carlos Eduardo Amaral, informou que a retomada das obras para
construção do Hospital Regional de Juiz de Fora voltará em pauta no Governo de
Minas Gerais somente após o período crítico de combate ao novo coronavírus.